Há alguns meses, a Associação AMAFMG vem recebendo relatos de pedidos de ajuda, principalmente de Policiais Penais da Unidade Prisional de Araguari, situada na 9ª RISP. Esses relatos apontam o tratamento inadequado dado pelo Diretor Geral aos servidores da unidade.
Policiais denunciam atitudes como falta de educação, autoritarismo e imposições que têm afetado diretamente a saúde mental dos profissionais, resultando em afastamentos para tratamento psicológico. Em um exemplo alarmante, uma Policial Penal relatou uma fala do Diretor Geral, que respondeu de forma insensível quando ela tentou explicar suas condições de saúde: “Não acredito no seu choro, você é atriz”.
Em outra situação, foi enviada à AMAFMG uma gravação em áudio onde o Diretor Geral e outro policial penal quase chegaram a vias de fato, com ambos em tom de voz alterado.
Ambiente de trabalho desgastante e relações interpessoais fragilizadas
A AMAFMG observa que o ambiente de trabalho na unidade prisional tem sido marcado por tensões e a ausência de relacionamento interpessoal saudável. Em outubro, a associação enviou o Ofício de nº 112 ao Diretor Geral, buscando esclarecimentos sobre os critérios para alterações de escala dos servidores plantonistas, referindo-se ao decreto nº 48.348 e à Resolução Conjunta SEPLAG-SEJUSP nº 10.605, artigo 16 e parágrafo único.
Segundo servidores, não há diálogo ou abertura para sugestões por parte do Diretor Geral. Nas mudanças de escala, falta isonomia, e, embora a alegação seja a necessidade de atender à demanda da unidade, o direito de tratamento igualitário não está sendo garantido para todos.
Além disso, o Diretor alega que o Regimento Interno (RENP) está desatualizado e, portanto, não pode ser aplicado na unidade. Entretanto, os servidores concordam que, até que seja oficialmente retirado de uso pela SEJUSP/DEPEN, as diretrizes do RENP devem ser seguidas, na medida do possível.
Visitação social sem revista por falta de pessoal
No último sábado (02/11), familiares de presos adentraram no presídio para visitação social sem passar por revista corporal, devido à ausência de policiais femininas, as quais estão afastadas por questões de saúde mental, resultantes do ambiente de trabalho sob a gestão do Diretor Geral.
Providências da AMAFMG
Diante do agravamento da situação, a AMAFMG está tomando providências para colaborar com a administração pública e a saúde dos servidores. A associação espera evitar uma tragédia semelhante à ocorrida com um Policial Penal de Paracatu.
A AMAFMG também pede que a Diretoria de Atenção ao Servidor intervenha, oferecendo suporte psicológico aos policiais afetados e que o DEPEN atue dentro de suas atribuições junto à unidade prisional de Araguari. Segundo relatos, o Diretor Geral tem afirmado publicamente que recebe elogios do DEPEN e de autoridades em Belo Horizonte e que continuará sua gestão no mesmo estilo, independentemente das denúncias.
Para mais detalhes, assista ao programa Ultra Segurança Pública, transmitido pela Rádio Ultra FM, no dia 05/11, às 19h, no YouTube.
Live do Programa Ultra Segurança Pública:
https://www.youtube.com/live/8XZ45hXLGSo