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Detento é encontrado morto em presídio da Grande BH; unidade já soma 20 óbitos em 2025

por Marketing AMAFMG

Na manhã desta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, um detento foi encontrado morto dentro do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima, identificada como José Wanderson Reis dos Santos, de 43 anos, foi localizada deitada na cama, sem sinais aparentes de reação aos chamados dos agentes penais.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e confirmou o óbito no local. Não foram encontrados indícios visíveis de violência no corpo do detento. A perícia esteve presente na unidade prisional e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames complementares.

José Wanderson estava preso desde o dia 2 de fevereiro de 2025 e recebia acompanhamento da equipe técnica da unidade devido a problemas de saúde. Seu histórico no sistema prisional começou em 2009, com diversas passagens anteriores.

A direção do presídio instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias da morte. Os 13 detentos que dividiam a cela com ele foram identificados e serão ouvidos pelo Conselho Disciplinar da unidade. A investigação criminal também será conduzida pela Polícia Civil.

Com esta, já são 20 mortes registradas na unidade em 2025. O número preocupa e acende um alerta sobre as condições do sistema prisional. Até o início de agosto, foram 63 mortes em unidades prisionais de Minas Gerais, sendo a maioria relacionada a conflitos entre os próprios presos. Em muitos desses casos, as agressões ocorreram com o uso de objetos improvisados, como “chuços”, ou mesmo com socos e chutes.

O presídio atualmente abriga cerca de 2.200 presos, apesar de ter capacidade para pouco mais de 1.040, o que evidencia uma superlotação crítica. A recorrência de mortes dentro das celas revela falhas graves na segurança, na triagem e no acompanhamento da saúde dos custodiados.

Do ponto de vista jurídico, essa situação demanda providências urgentes por parte do Estado. A preservação da integridade física dos presos é responsabilidade do poder público. A ausência de controle efetivo, somada à precariedade estrutural das unidades, contribui para um cenário de insegurança e violações sistemáticas de direitos dentro do sistema prisional mineiro.

Fonte: Estado de Minas

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