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Polícia Civil interdita clínica de dependentes químicos após agressões em MG

por AMAFMG Agentes Fortes

A clínica tem 72 horas para destinar os internos para familiares ou alguma outra clínica de reabilitação próxima.

A Polícia Civil interditou administrativamente na manhã desta terça-feira (29) a clínica de dependentes químicos em que imagens de agressões e tortura contra um paciente foram gravadas em Passos (MG). Segundo a Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e foram apreendidos diversos documentos da clínica, que serão utilizados nas investigações.

Não houve flagrantes e ninguém foi preso. Ainda de acordo com a Polícia Civil, os internos não poderão ficar mais na clínica enquanto ela permanecer interditada. A entidade tem 72 horas para destinar as pessoas internadas para os familiares ou alguma outra clínica de reabilitação próxima.

A operação foi realizada pela Polícia Civil, Ministério Público e Vigilância Sanitária.

“Nos reunimos na delegacia e deslocamos para a clínica visando aquisição de documentos para angariarmos maior numero possível de internos, visando suas oitivas que serão agendadas para os próximos dias. Foi feita uma perícia para constatar onde foi realizada a violência e se foi na clínica mesmo. Além disso, foi bom para termos contato com as pessoas que ali estão”, explicou o delegado regional, Marcos Pimenta.

O delegado informou que esta foi um interdição cautelar. Ainda de acordo com o delegado, algumas irregularidades foram constatadas.

“No local não podia ter interno do sexo feminino e nem sequer podia ter internos de maneira coercitiva, obrigatória e nós vislumbramos a presença de várias pessoas lá. Também foram apreendidos medicamentos. Não havia médicos e nem enfermeiros no local. Vamos ter cautela para ouvir todos as pessoas que foram vitimadas. A gente quer saber se havia tortura lá ou se foi um caso ímpar”, afirmou.

Polícia Civil investiga caso de tortura de paciente internado em clínica de dependentes químicos em Passos — Foto: Reprodução EPTV

Investigação

As agressões teriam acontecido em outubro do ano passado. As investigações começaram há cerca de três meses, mas os vídeos que mostram as agressões só vieram à tona agora. As imagens foram gravadas por outro funcionário da clínica.

A vítima teve que ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento por causa das lesões, segundo o boletim de ocorrência registrado sobre o caso.

O paciente disse à polícia que era ameaçado por funcionários e que as agressões são práticas comuns na clínica, com torturas físicas e psicológicas. O boletim cita ainda choques elétricos contra os internos da clínica.

No dia 18 de junho, a Polícia Civil pediu a suspensão das atividades da clínica. Na ocasião, outro ex-paciente que também teria sido vítima das agressões já foi ouvido pela polícia.

Ainda conforme o delegado, em depoimento, a proprietária da clínica e o funcionário que aparece agredindo o paciente teriam assumido as agressões.

“A gente já tem confissões nos autos da própria proprietária, ainda que indiretamente confessa a sua participação, do indivíduo que estava com a camisa da Seleção Brasileira, da pessoa que filmou, que inclusive trabalha no Centro Socioeducativo, nós já pleiteamos a suspensão das atividades da clínica e também do indivíduo que trabalha no Centro Socioeducativo”, disse o delegado.

O que diz a clínica

A Clínica Doze Pilares divulgou uma nota afirmando que repudia a prática de qualquer ato de violência e que os dois funcionários foram demitidos.

Na nota, assinada pela sócia da empresa, Gleida Dias Souza, ela diz que a clínica está à disposição para cooperar nos trabalhos de investigação.

O ex-funcionário da clínica, Rubens Oliveira, que aparece agredindo o paciente nas imagens, foi contactado pela EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, mas não respondeu aos questionamentos.

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